DA (IN) VISIBILIDADE À OFICIALIZAÇÃO AO CARGO DE PASTORAS ASSEMBLEIANAS:

NÃO POR STATUS, MAS POR DIREITO

  • Marina Aparecida Oliveira dos Santos Correa
Palavras-chave: Pentecostalismo; Assembleias de Deus; exclusão pastoral; mulheres pastoras;

Resumo

Esta comunicação tem por objetivo elucidar alguns aspectos que regem a relação de trabalho entre as Mulheres do Círculo de Oração (CO) das Igrejas Assembleias de Deus (ADs), com observações empíricas e breve panorama histórico, com vistas a resgatar as figuras femininas precursoras das ADs. Visa traçar um paralelo da mulher "ama de leite" e a obra Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freire. São mulheres anônimas que representam a “mãe preta do passado”, possuidoras de um bom leite para amamentar os filhos de seus senhores: a oração e a profecia, que alimenta a igreja dando aos pastores o direcionamento espiritual, e, mesmo assim, sofrem exclusão pastoral, para o cargo de pastoras. Porém, a partir do II Congresso Norte de Teologia e o 4º Encontro Nacional da Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais – RELEP, realizados na sede das ADs manauara, serviu de motivação para as mulheres assembleianas apresentarem suas reinvindicações aos pastores-presidente, Jonatas Câmara e Samuel Câmara por meio de uma Carta Proclamação, com argumentações contundentes sobre a oficialização “da vocação pastoral feminina, não por status, mas pela evidência do chamado espiritual concedido por Deus a homens e mulheres [...]”. Em dezembro de 2017 na festa do Centenário das ADs Manaus foram ordenadas ao cargo de pastoras cerca de 924 mulheres. A nova Convenção CADB – Convenção da Assembleia de Deus no Brasil, fundada por Samuel Câmara, em 2017, tem como promessa apoiar o Ministério Pastoral Feminino. É o começo de novos tempos, enquanto as ADs de Manaus aceitaram, outras continuam firmes na negação as mulheres ao cargo de pastoras. Um assunto polêmico dentro das ADs desde à década de 30, levantou um debate duro na Primeira Convenção Geral que já dura mais de cem anos de proibição.

Biografia do Autor

Marina Aparecida Oliveira dos Santos Correa

Doutora em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP.  Atualmente atua como professora e realiza Pós-doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Federal de Sergipe – SE – PNPD/CAPES/UFS.

Membro do Grupo de Estudos Protestantismo e Pentecostalismo – GEPP - PUC-SP

Membro do RELEP – Rede Latino-Americano de Estudos Pentecostais

Membro e vice-coordenadora do grupo de pesquisa OBSERVARE - Observatório Multidisciplinar de Religiões e Religiosidades, Universidade Federal de Sergipe.

Publicado
2018-08-31