DA (IN) VISIBILIDADE À OFICIALIZAÇÃO AO CARGO DE PASTORAS ASSEMBLEIANAS:
NÃO POR STATUS, MAS POR DIREITO
Resumo
Esta comunicação tem por objetivo elucidar alguns aspectos que regem a relação de trabalho entre as Mulheres do Círculo de Oração (CO) das Igrejas Assembleias de Deus (ADs), com observações empíricas e breve panorama histórico, com vistas a resgatar as figuras femininas precursoras das ADs. Visa traçar um paralelo da mulher "ama de leite" e a obra Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freire. São mulheres anônimas que representam a “mãe preta do passado”, possuidoras de um bom leite para amamentar os filhos de seus senhores: a oração e a profecia, que alimenta a igreja dando aos pastores o direcionamento espiritual, e, mesmo assim, sofrem exclusão pastoral, para o cargo de pastoras. Porém, a partir do II Congresso Norte de Teologia e o 4º Encontro Nacional da Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais – RELEP, realizados na sede das ADs manauara, serviu de motivação para as mulheres assembleianas apresentarem suas reinvindicações aos pastores-presidente, Jonatas Câmara e Samuel Câmara por meio de uma Carta Proclamação, com argumentações contundentes sobre a oficialização “da vocação pastoral feminina, não por status, mas pela evidência do chamado espiritual concedido por Deus a homens e mulheres [...]”. Em dezembro de 2017 na festa do Centenário das ADs Manaus foram ordenadas ao cargo de pastoras cerca de 924 mulheres. A nova Convenção CADB – Convenção da Assembleia de Deus no Brasil, fundada por Samuel Câmara, em 2017, tem como promessa apoiar o Ministério Pastoral Feminino. É o começo de novos tempos, enquanto as ADs de Manaus aceitaram, outras continuam firmes na negação as mulheres ao cargo de pastoras. Um assunto polêmico dentro das ADs desde à década de 30, levantou um debate duro na Primeira Convenção Geral que já dura mais de cem anos de proibição.